Carlota barnabe
No mercado há três anos, Sónia Sancho e Inês Ataíde lançaram a colecção Spring Summer 2019, com uma escala de tamanhos dos 6 meses aos 14 anos.
Como começou a Carlota barnabe?
A Carlota barnabe começou em 2013 com acessórios, basicamente fraldas declinadas em 10 cores diferentes. Nós, Sónia Sancho e Inês Ataíde, conhecemo-nos em 2008 num curso de Visual Merchandising, a partir daí tornámo-nos amigas e mantivemos o contacto.
Ambas trabalhávamos por conta de outrem, a Sónia na área financeira de uma multinacional e a Inês como designer gráfica numa agência de comunicação e eventos.
Nos nossos encontros era comum conversarmos sobre a nossa insatisfação relativamente à situação laboral e foi ainda durante este período que pensámos e criámos a marca Carlota barnabe.

FASE INICIAL
Após a fase inicial, em que ainda não tínhamos percebido bem que rumos queríamos realmente tomar, a não ser o facto de pretendermos desenvolver produtos para crianças, começámos a envolver-nos com o tecido de musseline 100% algodão. E foi a paixão por este tecido que nos fez “dar o salto” para o passo seguinte.
Envolvemo-nos com o tecido de tal forma que pensámos em fazer peças de roupa com ele. Na altura não conhecíamos marcas que o fizessem. Depois de pesquisar encontrámos algumas peças, mas nada como acontece hoje, em que até mesmo as marcas mais reconhecidas do mercado lançam peças em musseline. Hoje em dia é uma grande tendência.


PARCERIA
A nossa parceria foi crescendo naturalmente, decidimos arriscar, acreditar no nosso trabalho e acreditar que era possível conseguir criar uma marca com características muito próprias que pudesse vingar num mercado tão competitivo.
Começámos também a conhecer a indústria têxtil do país e a desenvolver o nosso projeto com base no know-how que aqui existe. Temos muito orgulho de produzir em Portugal, a norte, claro está! E o nosso tecido também se diferencia dos restantes do mercado, porque é o verdadeiro tecido das antigas fraldas portuguesas e fazemos questão que assim se mantenha.

Fez este mês de março três anos que estamos no mercado com coleções de roupa. Quer isto dizer, que vamos lançar este mês a nossa sétima coleção e que já estamos quase a terminar de desenhar a nossa nona coleção para a Spring Summer 2020. Tem sido um percurso muito duro mas gratificante, temos crescido enquanto marca e enquanto profissionais. Temos aprendido bastante sobre o ramo, por vezes da forma mais difícil.
A nossa “equipa” é composta unicamente por nós as duas. Somos nós que realizamos todas as tarefas que envolvem manter a marca, desde o design das peças, às fotografias de campanha e produto que também são tiradas por nós, toda a comunicação, parte comercial e de gestão, tudo! Temos unicamente uma contabilista, porque é obrigatório por lei.

LOJA NO LX FACTORY
Há muito que queríamos abrir uma loja em Lisboa, mas aguardávamos pela oportunidade de poder abrir no sitio certo. Valeu a pena a espera e finalmente em outubro de 2018 abrimos no Lx Factory que era o nosso sitio de eleição.
Pensámos que devíamos aproveitar a onda crescente de turismo em Lisboa, já que o nosso público é internacional, e claro porque a venda direta é mais rentável que a venda a retalho. Até a data, o desafio tem sido positivo.

Qual a importância do online no vosso negócio?
O online sempre foi uma aposta da marca, abrimos a nossa loja online a par com o lançamento da marca. Sendo o nosso mercado mais internacional, é online que conseguimos realizar algum valor de vendas, sem grandes encargos adicionais.
Como já referimos, a venda direta ao público é bastante mais rentável para as marcas do que a venda a retalho. É claro que o retalho é importante, especialmente para atingir quantidades, sem as quais não conseguimos trabalhar em fábrica. Mas é realmente na venda direta que conseguimos realizar mais lucro relativamente ao volume de negócio.
Sempre vendemos bem online, pensando isto relativamente à dimensão da marca, claro está. Os nossos principais mercados são França, Coreia do Sul e Estados Unidos.

O que ambicionam para o futuro da marca?
Continuar a trabalhar o tecido 100% musseline porque é aí que nos diferenciamos enquanto marca, mas explorar também a introdução de novos tecidos para aumentar a diversidade de oferta.
Gostávamos também de realizar algumas parcerias com outras marcas nacionais, especialmente de acessórios.
Outro objetivo é continuar a trabalhar para o crescimento e reconhecimento da marca a nível internacional, especialmente nos mercados da Ásia, Médio Oriente e Estados Unidos.
Pela primeira vez em três anos começamos também a sentir que o publico nacional começa a interessar-se pela Carlota barnabe, o que nos deixa muito felizes e nos traz novos desafios.
