Hugo Nóbrega
H2N, Phenomena makers
A agência de criativos que cruza marcas, Público e Artistas e que se define como “capaz de impressionar e fazer acontecer fenómenos”
1.Há o Hugo, produtor, agente, programador?
Indissociáveis ou não?
São complementares, mas são diferentes! Programar é também criar, adoro. Tenho esse input criativo no que faço. Como agente, tens de saber mediar muito bem os interesses do teu agenciado e o mercado em si. Como produtor, és aquele “Doer” como por vezes me chamam, que faz com que tudo realmente aconteça num tempo recorde muitas vezes.
2.O que te motiva nestes trabalhos?
As pessoas, as Marcas, as histórias, a superação….e o seres pioneiro em muita coisa do que fazes.
3.Em que medida mudou a tua vida, este teu trabalho relacionado com a H2N?
Mudou totalmente a minha vida. Foi talvez um acaso, um acaso feliz. Ou talvez não tão acaso, lembro-me de com 12 anos ser o presidente da área cultural da associação de estudantes da escola!
4.Que desafio achas que hoje existe em comunicar um evento?
É um desafio muito específico, customizado a cada caso. Acho tão importante que fazemos comunicação dos nossos próprios projectos, para Marcas e Artistas. Para cada projeto alocamos quer recursos internos, quer parceiros estratégicos de diversas áreas.

5.Em que contexto surge a H2N?
Tirei psicologia, mas trabalhava na área do Novo Circo e pediam-me imenso para gerir e criar formatos personalizados. Fui a festivais internacionais pela Europa em 97 e apanhei o boom da Expo 98… mas a minha máquina da Peregrinação acabou por não ter circo, que eu tanto queria! Pedi para sair e trabalhei muito nesses 4 meses da exposição, como um dos poucos que não estava bloqueado nesse projecto. Passados 2 anos de trabalho intenso, era inevitável criar a H2N, estávamos no ano de 2000!
6.Como descreverias o percurso da vossa agência?
Acho que conseguimos sempre ser trendyness, atuais, modernos, sem medo de mudar a rota do que fazemos.
7.O que trouxeram de novo ?
Soubemos crescer com a experiência, ter uma excelente execução. E criámos muito, muitas vezes sem saber, estávamos a fazer algo único. Nas Marcas, criámos festivais, activações de Marca que só existem em Portugal e que são cases, benchmarks mundiais como o Grant´s Stand together e o The Famous Fest e as festas imersivas que criámos para o gin Hendrick´s. Recentemente, o Dia Grande do Esporão, orgulha-me muito esse projecto, duma exigência extrema.
Nos artistas, sublinho o levar a bom porto o phenomeno César Mourão e os Commedia a Carte. Ter sido o catalizador do primeiro concerto do Miguel Araújo e do Zambujo e duma conversa ao vivo com o Bruno Nogueira e o Miguel Esteves Cardoso. O ter trazido pela primeira vez a Portugal, o fenómeno Porta dos Fundos e mais recentemente ter estreado pela primeira vez em Portugal um comediante de topo mundial, e logo o Eddie Izzard, com sala esgotada.






8.Há uma clara aposta em fazer diferente, inesperado?
Ansiamos por isso. Mas claro, existem sempre condicionantes. No final, o balanço tem sido realmente esse, diferenciador.
9.O que prevês para Lisboa na tua área nos próximos tempos?
No meu caso, vou procurar trabalhar para áreas não tão exploradas de oferta cultural, mas que têm em conta esta explosão da cidade, a existência de imenso novo público.
10.E já realizaram sete edições do THE FAMOUS FEST, que balanço?
É um daqueles projectos que foi um sucesso desde a primeira edição. Começámos em 2011 com um cartaz inacreditável para estreia. De ano para ano o desafio é sempre novo.
Abrimos o festival a encontros inesperados em diversas áreas artísticas nos últimos 4 anos, mas este ano vamos voltar à origem do festival, o Humor. Esperamos surpreender com estreias, formatos inéditos e continuar a apresentar sangue novo.
11.Começam a aparecer mulheres fortes no humor. Apostaste na vinda Clarice Falcão do Brasil. Como foi esta experiência?
Sim, já apresentei formatos com algumas delas ao vivo e espero vir a fazer mais. A Clarice veio com o formato de concerto, onde as letras dela têm um sarcasmo e ironia, que sim, tem humor.
Foi genial estreá-la em Portugal no The Famous Fest, com sala esgotada. É uma artista multifacetada, onde o humor está naturalmente presente. Um dica, vejam o especial dela na Netflix!

Local da entrevista:
“STUPIDO”
conceito: Pedro Garcia e Alexandre Farto aka VHILS
curadoria: Alexandre Farto aka VHILS
curadoria músical e sonoplastia: Fred Ferreira (kambas)
Artista 2017/2018: Felipe Pantone
stupido@stupido.one facebook.com/stupido.one
Rua de são paulo, 130 lisboa tel: 213 471 744 “